Tomaz Hipólito :: DEVOLUTION
exposição individual com curadoria de João Silvério
INAUGURAÇÃO: 18.11.2021 | 16h00 - 22h00
performance 19h30
EXPOSIÇÃO: 19.11 — 19.12.2021
BILHETES
Entrada grátis durante a inauguração
2€
A exposição DEVOLUTION, de Tomaz Hipólito, decorre de um processo de trabalho e de pesquisa que remonta às suas primeiras experiências na série draw (c. 2010) com o desenho enquanto gesto e agente performativo sobre a arquitectura construída, o corpo e a sua interacção na paisagem, seja esta urbana ou campestre, natural, tanto quanto a natureza ainda persiste no nosso modus vivendi e deste modo no nosso imaginário individual vs. colectivo.
Para esta exposição, Tomaz Hipólito desenvolveu um sistema contraditório de objectos escultóricos que nos sujeitam a uma visão introspectiva sobre a nossa relação com a natureza, a sua transformação e todo o campo de possibilidades que cada uma das esculturas evoca na sua construção, que integra o natural e o artificial, unificando essas entidades através da manualidade da pintura a negro e da adição de materiais industriais.
Contudo, esse negro genérico apenas conhece o seu assentamento sobre os troncos e ramos de madeira que são a estrutura base destas entidades metaforicamente biónicas, híbridas, que transitam entre o vegetal, o animal e o artificial. É neste gesto contraditório que Hipólito realiza uma acção sobre uma projecção vídeo, onde executa um movimento regular, repetitivo na manualidade da pintura, que irá transformar esse registo videográfico, sem o alterar nas condições geradas pelo meio digital, mas ao qual não poderemos resistir enquanto corpos no espaço dessa pintura que se faz desenho e se refaz como escultura no espaço da exposição.
Apenas nos resta uma memória efémera da matéria e do gesto. DEVOLUTION é desta forma uma sucessão de gestos que materializa uma ideia melancólica sobre o resgate da memória de uma ideia de natureza transformada por acções, imagens e reconfigurações que, na aparência imediata do olhar, parecem ser apenas um corpo, mas que na prática artística do autor se revelam como seres irreversivelmente transmutados.
João Silvério
Novembro 2021