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A antiga Carpintaria industrial, construída no início do século XX, e que se viu forçada a fechar a atividade após um incêndio já no início dos anos 2000, reabriu as suas portas ao público agora como espaço cultural a 18 de Fevereiro de 2017 com duas exposições inéditas em Portugal: “Show Room” da dupla de artistas cubanos Los Carpinteros e “Shadows” do artista chileno Alfredo Jaar. Ambas as exposições inseridas no programa cultural de Lisboa 2017 CIAC (Capital Ibero-Americana de Cultura).
Com a apresentação dessas exposições a Associação Cultural e Recreativa das Carpintarias de São Lázaro reafirmou o propósito de converter este espaço num centro cultural multidisciplinar e em seguida iniciou as obras de adaptação necessárias.
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'SHOW ROOM' de LOS CARPINTEROS
CIAC – Capital Ibero-Americana de Cultura 2017
Curadores: Alda Galsterer & Verónica de Mello
INAUGURAÇÃO: 17.02.2017
EXPOSIÇÃO: 18.02. — 01.05.2017
O edifício de fachada art-déco que albergou até os anos 90 um espaço de trabalho industrial de criação de móveis de madeira e que se viu forçado a fechar após um incêndio, reabre agora como espaço de criação artística, reinventando-se como o novo centro cultural da cidade de Lisboa.
Partindo desta ideia de génese, de início, ou até como próprio nome bíblico indica de ressuscitação, Alda Galsterer e Verónica de Mello curadoras desta exposição, convidaram a dupla artística cubana Los Carpinteros para apresentar uma instalação - Show Room - que seria por sua vez a primeira exposição em Portugal destes conceituados artistas.
Esta exposição coincide também com a inauguração do Centro Cultural – Carpintarias de São Lázaro – que se quer assumir como dínamo de energia artística nesta zona da cidade de Lisboa.
O conceito desenvolvido pelas curadoras para esta exposição assenta na ideia, que o trabalho realizado com madeira tem um forte carácter simbólico na cultura ocidental, a imagem do carpinteiro é explorada como construtor, como produtor de objectos, e como tal de criador.
Associado a este conceito a questão do tempo, de início, de génese é ponto importante nesta mostra, aqui analisado pela instalação que cristaliza, o primeiro segundo posterior a uma explosão em suspensão no ar de peças de madeira de vários móveis, que neste caso habitaram em casas de Lisboa durante décadas e quem sabe, se não voltaram agora ao lugar de origem, ao lugar da sua criação. Uma exposição que trata e explora os conceitos de tempo, de criação e de génese.
Esta exposição faz parte da programação de Lisboa Capital Ibero-Americana de Cultura 2017, é uma oportunidade única de ver na capital portuguesa o trabalho da dupla de artistas mais internacional de Cuba.
Co-produção REDE art agency e Carpintarias de São Lázaro - Centro Cultural.
LOS CARPINTEROS
LOS CARPINTEROS são uma dupla de artistas cubanos de Havana, Cuba, composta por Marco Castillo Valdes (Camagüey, 1971) e Dagoberto Rodriguez Sánchez (Caibarién, 1969) ambos formados pelo Instituto Superior de Arte (ISA), em Havana.
Marco Antonio Castillo e Dagoberto Rodriguez Sánchez vivem e trabalham entre Havana e Madrid, desenvolvem um trabalho poético, de critica e de humor com forte impacto na cultura contemporânea.
Exposições recentes a destacar são: Objeto Vital, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2016); Artist Room: Los Carpinteros, Museum Folkwang Essen, Alemanha (2016), El pueblo se equivoca, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo (2015), Brasil Globeno Victoria and Albert Museum, Londres (2015); Contingent Beauty: Contemporary Art from Latin America. The Museum of Fine Arts, Houston, Texas (2015); Los Carpinteros, Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey, MARCO, México (2015); Pellejo, Prefix Institute of Contemporary Art, Toronto (2014); Bazar. Ivorypress, Madrid, Espanha (2014); Heterotopias, Edouard Malingue Gallery, Hong Kong (2013); Bola de Pelo. Galerie Peter Kilchmann, Zurique (2013); Irreversible, Galeria Sean Kelly, Nova Iorque (2013); Güiro, Bar-arte, instalação dos Los Carpinteros e Absolut, Art Basel Miami, Dezembro (2012); Cartografias Contemporâneas, Desenhando o pensamento, Caixa Forum Barcelona e Madrid (2012); 150 pessoas, Art Parcours, Art Basel, Suíça (2012); Los Carpinteros, Faena Art Center, Buenos Aires (2012); Sala de Juntas, Stand El País, ARCO Madrid (2011).
Estão representados em coleções públicas e privadas, tais como Centro Cultural de Arte Contemporânea (México), Centro de Arte Contemporânea de Málaga (Espanha), Museu de Arte Contemporânea de Cincinatti (Ohio, EUA), Fundação Cisneros (Miami, EUA); Fundação ARCO; Fundação Helga de Alvear; MEIAC – Museu Estremadura e Iberoamericano de Arte Contemporânea, Badajoz; Museu Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela; Museu Centro de Arte Reina Sofia, Madrid (Espanha), Museu Hirshhorn e Sculpture Garden, Washington; Microsoft Art Collection; MoMA - Museu de Arte Moderna, NY; Whitney Museum of American Art, NY (USA), Museu Nacional de Belas-Artes (Cuba), Tate Modern, Londres (UK), entre muitas outras.
'SHADOWS' de ALFREDO JAAR
CIAC – Capital Ibero-Americana de Cultura 2017
INAUGURAÇÃO: 24.05.2017
EXPOSIÇÃO: 25.05. — 03.09.2017
Shadows é o segundo trabalho de uma trilogia de obras dedicadas a uma única imagem. O primeiro trabalho desta trilogia, The Sound of Silence foi, segundo o filósofo francês Jacques Rancière, um "teatro construído para uma única imagem".
Neste caso, a imagem é da autoria do fotógrafo sul-africano Kevin Carter e foi tirada no Sudão do Sul, o que lhe valeu o Prêmio Pulitzer pouco tempo antes de se suicidar. The Sound of Silence foi exibido 27 vezes nos últimos 15 anos, em 18 países e oito idiomas.
O segundo trabalho da trilogia, Shadows, é baseado numa extraordinária imagem do fotógrafo holandês Koen Wessing (1942-2011). Recolhida em Estelí, Nicarágua, durante os últimos dias do Regime de Somoza em 1978, a fotografia capta a dor absoluta de duas jovens que acabam de saber da morte do seu pai nesse momento.
Alfredo Jaar baseia-se num trabalho anterior de Koen Wessing, em que o fotógrafo presencia o golpe militar de Santiago do Chile e documenta as consequências num livro composto apenas por imagens intitulado “CHILE SETEMBRO 1973”. Este trabalho mostra o horror do dia 11 de setembro de 1973 sem usar uma única palavra.
Em Shadows, o artista utiliza uma estrutura semelhante. Com uma economia extrema de meios, Jaar cria uma mise en scène em que usa sete das fotografias de Wessing: três imagens que antecedem a imagem principal e outras três que demostram o que se seguiu ao momento da tragédia.
ALFREDO JAAR
O artista, arquiteto e cineasta, nasceu em 1956 e foi educado em Santiago do Chile. Hoje em dia vive e trabalha em Nova Iorque, EUA.
Alfredo Jaar desafia as convenções generalizadas entre arte e política. O artista funde estética e ética para se concentrar nas injustiças à volta do mundo - pobreza, exploração, genocídio. As imagens de Jaar são na maioria das vezes apresentadas em instalações complexas e reposições de objetos encontrados: cartazes, imagens projetadas, superfícies espelhadas e peças de foto-texto; as obras mostram os efeitos tangíveis da realidade económica e políticas internacional sobre a vida dos indivíduos.
O trabalho de Alfredo Jaar tem sido exposto extensivamente por todo o mundo. Participou nas Bienais de Veneza (1986; 2007; 2009; 2013), São Paulo (1985; 1987; 2010), Sydney (1990), Istambul (1995) e Joanesburgo (1997), bem como na documenta de Kassel (1987, 2002). Das exposições individuais destaca-se: O Museu de Arte Contemporânea de Nova York (1992), O Museu de Arte Contemporânea de Chicago (1992), o Moderna Museet de Estocolmo (1997), bem como o Museu de Arte Contemporânea de Roma (2005), e o Museu des Beaux Arts de Lausanne (2007). As últimas retrospectivas foram organizadas em 2012 em Berlim pelo Neue Gesellschaft für bildende Kunst; em 2014 no Museu de Arte Contemporânea Kiasma de Helsínquia; e em 2015 no Museu de Arte Contemporânea de Marselha.