Pedro Vaz: Num Único Acorde
01.2. Vernissage
02.2-31.3.2024 Exposição
Durante o biénio de 2019/20, o artista Pedro Vaz (Maputo, 1977) realizou a travessia pedestre inscrita na Grande Rota Transpirenaica, GR11, realizada em Espanha desde o mar Cantábrico (Cabo de Higuer), até ao mar Mediterrâneo (Cabo de Creus), numa imersão total na natureza, como motivo para um trabalho de criação artística a que chamou “Num único acorde”.
Esse trabalho investiga a relação íntima e persistente com a natureza. Uma investigação sobre paisagem contemporânea, mais especificamente, a respeito da relação homem-natureza, e neste caso, o da circulação humana à superfície do planeta.
Este projeto contou com o apoio do Centro de Arte Caja de Burgos ( CAB ) que apresentou a exposição em 2021.
Em 2022 a Dgartes apoiou a adaptação do projeto para a apresentação nas Carpintarias de São Lázaro.
Resultado de um profundo envolvimento com o espaço das Carpintarias de São Lázaro, em contexto de residência, Pedro Vaz apresenta um projeto multidisciplinar que acrescenta áreas de criação complementares, em linha com as opções de programação das Carpintarias, onde a mediação cultural e a formação de públicos são alguns dos seus principais objetivos.
A exposição “Num Único Acorde”, apresenta um grupo de trabalhos do artista que preenche os vários pisos do Centro Cultural, e conta com um programa de atividades paralelas que combina um concerto, uma conversa e visitas guiadas.
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Pedro Vaz (Maputo 1977), na maioria dos projetos, utiliza a viagem como ponto de partida, devido à necessidade de contato direto com a natureza. Por isso, não é novo o seu impulso de partir para caminhadas de imersão na natureza, onde recolhe experiências sensíveis que depois transforma em imagem pela pintura e video numa impressão quase realista, mas impregnada por uma leve turbulência, um movimento constante, que resulta do próprio movimento do corpo, mas que também nos lembra a inevitável mutação das coisas, do mundo.
A sua preocupação em registar a natureza para uma posteridade eventualmente em falta dela, leva o artista a recolher de forma metódica e sistemática todos os vestígios possíveis dessa experiência envolvente que quer preservar a todo o custo e que partilha através do seu olhar.
Essa recolha e transformação dá origem a mais de 10 pinturas de grande formato (3m X 1.3m), que se encontram espalhadas pelo piso maior das Carpintarias, tirando partido da sua escala e pé direito excecionais para criar uma sensação de imersão total.
Na mezzanine, que funciona aqui como autêntico miradouro do qual se podem contemplar as grandes pinturas da exposição, estão dispostos em linha, numa enorme mesa de 12 metros, 45 mapas correspondendo cada um a um dia de caminhada. Neles, é possível reconstruir o percurso e locais exatos de pernoita. A sua composição respeita também a linha que o próprio corpo desenhou no terreno.
O piso 0, o mais intimista das Carpintarias, acolhe uma instalação vídeo composta por dois ecrãs que apresentam momentos de cada um dos 45 dias da caminhada e panoramas estáticos em contínuo, que nos transportam para uma composição visual de elementos do mesmo tempo em diferentes compassos que, no conjunto, nos permitem leituras complementares.
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Biografia resumida do artista:
Pedro Vaz nasceu em 1977 em Maputo, Moçambique e hoje vive e trabalha em Lisboa.
Licenciou-se na Universidade de Belas Artes de Lisboa, Portugal em 2006. O seu trabalho centra-se nas temáticas da natureza e da paisagem, trabalhando maioritariamente em pintura e vídeo-instalação. O contacto pessoal com ambientes reais é fundamental para a sua prática e estes projectos incluem frequentemente uma visita guiada. Seu processo alterna entre a imersão na natureza por meio de expedições e a vivência das qualidades abstratas que a memória possui ao trabalhar no ateliê.
Em 2021 apresentou a exposição individual, Num único acorde, no CAB - Centro de Arte Caja de Burgos, Burgos, Espanha. Participou nas seguintes exposições coletivas: Loops.Expanded, 2021, no MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal; LA TORMENTA, 2020, Centro Cultural Teopanzolco, Cuernavaca, México; O Olhar Divergente, 2019, Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Açores, Portugal; Depois do choque, os trópicos, 2018, Galeria Luísa Strina, São Paulo, Brasil; Segunda Natureza, 2018, Museu Kreeger, Washington D.C., EUA; Segunda Natureza, 2016, MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Lisboa, Portugal; Link, Ano Zero - Bienal de Coimbra, 2015, Coimbra, Portugal. O seu trabalho encontra-se em colecções museológicas, no CAM - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Fundação de Serralves, no Porto, Portugal; MAAT - Fundação EDP, Lisboa, Portugal; Centro de Arte Caja de Burgos - CAB, Burgos, Espanha, entre outros.